terça-feira, maio 19, 2009

Pedras nos Bolsos


É a nova peça protagonizada pelo Diogo Morgado e pelo Rui Unas. Está em cena, desde 5ª feira no Centro Cultural da Malaposta, onde já tinha ido ver o Elixir do Amor, com o Diogo.
Começo a gostar de um novo género teatral que sai fora das linhas do teatro mais tradicional. Aqui temos apenas 2 actores em palco, onde o cenário é minimalista e os adereços quase inexistentes, mas o nº de personagens interpretadas vai muito além do nº de actores em cima do palco (são 15 ao todo). A sala nem tem uma plateia com cadeira alinhadas, a peça é apresentada num café-teatro, com o palco muito próximo do público. Dá a sensação que estamos numa esplanada a assistir a um número de rua.
Surpresa logo ao entrarmos no recinto, mas claro que não vou dizer o que é!!! Apenas digo que, com a confusão de cadeiras que houve logo na entrada, depois de vermos o que estava a acontecer nas nossas costas, foi muito difícil manter a postura e não desatar a rir à gargalhada.
A peça começa e desde logo a galhofa é geral entre o meu grupinho, qualquer referência parecia ter um 2º significado (algo resultante da grande cumplicidade que já temos). Gargalhada aqui e ali, nas cenas cómicas e alguma angústia, nas cenas mais dramáticas. Só 2 excelentes actores como o Diogo e o Rui, com apenas uma fatiota e um lenço preto conseguiriam personificar tantas pessoas diferentes e agarrar-nos à história da forma como eles o fizeram.
Desafio-vos a darem um pulinho à Malaposta e a elegerem a vossa personagem favorita. Eu sou incapaz de o fazer, pois cada personagem tem o seu quê de especial.
Deixo aqui a sinopse escrita pela responsável desta adaptação:

Dois alentejanos participam como figurantes num filme brasileiro rodado no Alentejo. O trabalho vem criar reboliço numa aldeia sossegada e entusiasmar Zé Pedro e Carlos Costa, que aqui têm a possibilidade de ganhar 30 euros por dia, comer três refeições diárias e estar perto da «estrela» brasileira que protagoniza o filme. Após o suicídio de um rapaz da aldeia, o grupo vê-se confrontado entre a superficialidade dos ideais da indústria cinematográfica e a realidade representada por essa tragédia. Uma peça de dois actores para 15 personagens.
A adaptação da peça, foi feita a pensar nos vários filmes estrangeiros que por cá se têm rodado, e naquele que seria o impacto dessas filmagens no dia-a-dia de uma pacata aldeia alentejana; no conflito entre gerações naquela região do país, em que os mais velhos estão resignados à sua condição social e financeira, enquanto os mais novos sonham com oportunidades de trabalho e de uma vida melhor, neste caso concreto, tentando a sua sorte através de uma vertente mais estéril e superficial do mundo cinematográfico. Aliado a isto, está o desafio de criar tudo a partir do nada, valendo-nos a excelente capacidade de interpretação de dois actores que dão vida a 15 personagens, sem recorrer a adereços, apostando em diálogos que têm tanto de divertido como de introspectivo e mordaz, estimulando a capacidade imaginativa do espectador e prestando uma homenagem simples à nossa cultura rural. – Marta Mendonça


Em breve adorava voltar a repetir esta dose. Espero consegui-lo! :p

Sem notas celestiais

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