Este é já o 22º filme da saga 007 e ainda hoje me delicio com as aventuras deste agente secreto sempre tão charmoso e cheio de carisma.
Casino Royale, o seu antecessor foi o meu filme favorito de toda saga e o 1º de Daniel Craig, que conseguiu imprimir à personagem uma grande dose de sentimento e realismo. Existem já sondagens que invocam a questão, qual o melhor James Bond de sempre? A luta parece estar renhida entre Daniel Craig e Sean Connery.
Este Quantum of Solace segue a onda de Casino Royale, já que é uma continuação. Vimos em Quantum um James Bond movido pela vingança, depois de ver a sua amada Vesper morta. Para se juntar a ele temos a bond girl Camille (interpretada pela actriz Olga Kurylenko), que tem em comum, com Bond, uma história trágica.
O filme tem um início mesmo à James Bond, uma perseguição a alta velocidade em carros de luxo, que são a imagem de marca da saga, Austin Martin’s. Até a alma se nos condói ao ver a forma como são destruídos… mas é uma cena de cortar a respiração a qualquer um… lindo!
Os locais escolhidos só podiam ser locais bem atractivos, contrastando entre o paradisíaco e o desértico.
Este filme tal como o anterior, pretende dar-nos a conhecer as raízes do agente secreto. No 1º filme de Daniel, 007 era um homem com sentimentos, capaz de amar e de sofrer por amor, neste 2º, começa por ser um homem amargurado pelas memórias de Vesper. Há uma cena em que a M. lhe mostra um ficheiro, onde consta uma foto de Vesper, a sua expressão imediata, ao ver a foto, é de dor… O Daniel conseguiu imprimir aqui uma grande carga emotiva, até porque na próxima cena, vê-se ele a “surripiar” a foto muito discretamente. Aqui percebemos que ele está sedento de vingança. E realmente, isso é algo que vamos vendo ao longo das cenas, ele parece implacável e só parará quando atingir a fonte. Continua a ser um homem que leva porrada de maior, e luta com unhas e dentes para sobreviver. Às tantas temos uma cena dele em tronco nu, e todo o seu corpo parece uma mazela. Era impensável ver Pierce Brosnan naquele aspecto, mesmo depois da cena inicial de Die Another Day.
Daniel é tão meticuloso em todas as cenas que faz, que se magoou numa delas. Apareceu na cerimónia de antestreia do filme, de braço ao peito, ao lado da sua namorada de longa data. E ele não pára de nos surpreender, já que depois da eleição de Barack Obama, como presidente dos EUA (o qual ele apoiava), Daniel defende que o mundo está agora preparado para um 007 de qualquer raça. Já que ele foi o 1º James Bond loiro, why not?
O filme estando cheio de cenas de acção (existem perseguições em todos os meios de transporte, desde perseguições terrestres, de carro ou a pé, de barco e até em aviões), dá a sensação que se passa tudo sempre a 1.000 à hora, não existindo tempo para um argumento mais estruturado e menos confuso. Chega, inclusivamente, a faltar cenas muito recorrentes e obrigatórias em James Bond. Existem, ainda, algumas referências a filmes da saga, anteriormente, produzidos, parecendo ser essa a ligação aos filmes que se seguirão.
Mas aquilo que realmente me irritou nesta produção, foi a banda sonora escolhida. Arghhhhhh, é a 1ª música escrita para um 007 que eu não gosto, aliás, chego mesmo a odiar a música escolhida. Aquilo alguma vez é música? Quanto mais uma música digna de um filme destes? Que irritação!!!
Houve uma cena que me deixou em pulgas, que foi passada durante a ópera Tosca, e eu como ando numa de teatro, musicais e afins, vibrei ao som desta cena. Pena, no meu entender, ela não ter sido aproveitada da melhor forma.
Mas há aqui a destacar a fotografia fantástica que aqui fomos brindados.
Eu que sou uma grande apreciadora dos filmes de James Bond, não posso dizer que fiquei de boca aberta de surpresa com o este novo Quantum (pelo facto da originalidade do anterior se ter perdido neste filme), mas confesso que me deu um grande gozo vê-lo. Tenho a sensação que a geração antes-de-Daniel, já foi há imenso tempo e ficou no passado, tal é o enraizamento que esta nova geração (geração Daniel), me tem provocado (e como eu sempre adorei o Pierce!!!). Este filme não supera de longe o anterior, mas saí da sala de cinema com a alma lavada, depois de levar com um banho de charme e glamour. E digo-vos que o glamour não se fez só no ecrã gigante…
Ficha Técnica
Título: 007 – Quantum of Solace
Realizador: Marc Forster
Descrição: Daniel Craig é, pela segunda vez, James Bond. E, apesar de todas as críticas antes da estreia de "Casino Royale", será que, agora, alguém ainda se lembra de Pierce Brosnan...? Desta feita, Bond está determinado a perseguir quem forçou Verper, a mulher que amou, a traí-lo. Mas M (Judi Dench) e Bond percebem que a organização que a chantageou é muito mais complexa e perigosa do que tinham imaginado.
Bond cruza-se então com Camille, que procura ela também vingar-se, e que o põe na pista de Dominic Greene, um homem de negócios impiedoso que é um dos pilares da misteriosa organização. Durante a missão, que o conduzirá pela Áustria, Itália e à América do Sul, Bond descobre que Greene está a tentar apoderar-se de um dos recursos naturais mais importantes do mundo, manipulando a CIA e o Governo britânico. Enredado num labirinto de traições e mortes, à medida que se aproxima dos verdadeiros responsáveis pela traição de Vesper, o agente 007 tenta manter o avanço que leva sobre a CIA, os terroristas e mesmo sobre M, de forma a parar a organização e desvendar o plano sinistro de Greene.
Actores: Daniel Craig, Gemma Arterton, Jeffrey Wright, Mathieu Amalric, Giancarlo Giannini, Anatole Taubmann, Judi Dench, Olga Kurylenko
Género: Acção, Drama
Ano de Lançamento: 2008
Duração: 105 minutos
Classificação: Maiores de 12 Anos
Classificação (de 0 a 10): 8
007 – Quantum of Solace trailer
Sem notas celestiais
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