O ambiente que se vivia antes do concerto começar estava já muito agitado, apesar do Pavilhão Atlântico não ter enchido, nem de longe. A plateia ficou pela metade assim como as bancadas, no entanto isso não se fez notar durante o concerto, de todo.
Os portugueses F.E.V.E.R. abriram as hostes, e apesar de terem uma música agressiva e que eventualmente poderia agarrar o público, tal não aconteceu… os seus “berros” foram longos demais para os meus ouvidos. Eles sentiram que o público esperava mesmo era pelos 30STM. Depois de 4 ou 5 músicas, lá saíram do palco.
O vocalista dos Moonspell (amigo dos F.E.V.E.R.) deu-nos o ar da sua graça ao aparecer no meio do público onde pousou para imensas fotos e deu imensos autógrafos.
Por esta altura, já movimentação em cima do palco era mais do que muita. Um pano branco semitransparente foi desembrulhado e tapou o palco.
Ao som dos primeiros acordes de “A Beautiful Lie” e com a aparição da silhueta do Jared Leto por detrás do pano, o público explodiu em uníssono, e nisto cai o pano. Estava aberto o verdadeiro espectáculo.
Seguiram-se Battle Of One, From Yesterday, Savior.
Por esta hora, penso eu, o Jared mais uma vez agarra numa bandeira que lhe fora atirada para o palco e a coloca em ombros onde permaneceu nas músicas que se seguiram: The Story, Buddha For Mary, R-Evolve, The Kill, Attack. Estas últimas foram cantadas quase na íntegra pelo público a ferver com a entrega da banda. Nós só tínhamos que corresponder ao seu carinho e energia.
Como no Atlântico não existe camarote presidencial, o Jared desta vez apareceu no meio do público no balcão (tão próximo de onde eu estava) para fazer os, já habituais, acústicos que levam o público ao delírio. Eu ia sendo literalmente “passada a ferro” aquando desta sua aparição. Nem imagino o que lhe fariam a ele, caso não estivesse ladeado pelos seguranças.
Ali no meio do calor humano foram tocadas Was it a Dream e A Modern Myth.
Penso que nesta fase a Echelon também se impunha, eu e o pessoal ainda fizemos força para ela acontecer, mas não fomos atendidos.
De volta ao palco, e para surpresa de todos, Fallen foi a música que se seguiu. Para o final ficou The Fantasy.
Ao longo do concerto, houve muita interacção entre o público e a banda. O Jared, mais uma vez, foi incansável e não parou de dizer que adoram vir tocar para os portugueses, agradecendo-nos várias vezes e referiu mesmo que somos como que uma grande família. Claro que ali no meio há sempre muitas palavras encomendadas, mas o que nós gostamos de ouvir isto… right?
No entanto, e espero que tenha sido só impressão minha, a expressão do Jared quando subiu à bancada não era muito animadora. Talvez fosse cansaço… Espero que nada afecte a sua vontade de voltarem cá na próxima tourné.
Aqui fica o acústico de A Modern Myth.
Ainda assim, despediram-se com um valente: “See you soon!!!”
A última imagem que guardo da banda é o Shannon, a atirar a t-shirt que trazia vestida para o público e a distribuir as suas baquetas.
Quanto a mim estive sempre ao rubro, rouca como tudo, cheia de sede e a fervilhar de tanta emoção. A dor que já tinha nos tornozelos e nos braços de tanto me agitar não me impediu de ser sempre efusiva.
Pena foi não ter ido à sessão de autógrafos onde eles são sempre muito receptivos, e desta vez não foi excepção.
Pelo que andei a ler, neste concerto viu-se muito mais público masculino e de mais idade.
Espero repetir esta experiência de uma vida, da próxima vez que formos brindados com mais um espectáculo caloroso como este.
Deixo aqui um “cheirinho” daquilo que a banda nos ofereceu ontem à noite:
E as fotos que a Blitz publicou hoje. Já agora leiam a reportagem
aqui.