domingo, janeiro 25, 2009

Um Violino no Telhado – o elenco


Agora os actores… já que todos eles estão de parabéns, há que referi-los num post próprio.
José Raposo, como Tevye, é a personagem em destaque, aquela personagem que entra em palco e enche a cena, completamente. É o leiteiro que fala com Deus, é uma excelente pessoa que ama as filhas, a mulher. É muito humilde, tem poucas posses, apesar de trabalhar no duro para levar dinheiro para dentro de casa. É a minha personagem favorita. Apesar do Raposo não ter uma voz potente, com projecção como outros actores, canta muito bem e encanta com a sua forma de estar, cativa pela personagem que é. Quando ele canta o seu “Ai se eu fosse rico, dubi dubi du” é fantástico!!!!!!!!
Faz imensa confusão como é que o Raposo tem ainda tempo para dormir. Parece estar sempre envolvido em mil e um projectos, com um musical desta envergadura a acontecer todas as noites no Porto, não sei como consegue conciliar tudo da forma extraordinária como o faz. Um grande aplauso para este grande actor.
A Rita Ribeiro interpreta a Golde, a esposa de Tevye. Também adora a família e vive dedicada ao trabalho e às filhas. Anseia casar as filhas com um bom partido, pois as suas vidas têm sido sempre de muita privação. Entregou o destino da vida das suas filhas à “Casamenteira”. Forma com Tevye o casal mais velho da história e que casal encantador. Sempre admirei a Rita como actriz, deste que eu me conheço como gente. Finalmente, consegui vê-la em palco e que performance…
A filha mais velha de Tevye é Tzeitel e é a Sara Lima que lhe dá vida. Desde que interpretou Maria Madalena em Jesus Cristo Superstar, ansiava vê-la e ouvi-la, já que no JCS nunca a consegui ver. Tzeitel é apaixonada pelo alfaiate Motel (Hugo Rendas), por isso não está ansiosa que Yente (Helena Rocha), a “Casamenteira”, lhe arranje um marido. Este casal é muito engraçado. Ela é uma mulher lindíssima e ele um homem desajeitado, muito humilde, sem posses, que gagueja imenso, mas que a ama como ninguém. Não tem coragem para pedir a mão de sua amada ao pai dela, até que isso se torna imperativo.
O Hugo Rendas já tinha mostrado o grande actor/cantor que é em JCS no papel do rei Herodes. Aí estava irreconhecível e se não soubesse que era a mesma pessoa, asseguro que não o reconheceria. Deu para ver a versatilidade do Hugo que aqui se apresentou com um papel totalmente diferente de Herodes.
Hodel é a irmã seguinte de Tzeitel e é interpretada pela Sissi Martins. A sua vida começa a ter outra “cor” com a chegada de Perchik (Ruben Madureira) à cidade. Ele é um jovem estudante de Kiev com ideias radicais e que saem fora da tradição a que Anatevka está habituada. Tevye simpatiza com o jovem e convida-o a permanecer em sua casa, em troca de aulas, às suas 2 filhas mais jovens. Aí começa a surgir uma grande paixão…
Conheço o Ruben desde a sua participação em Ídolos e só há pouco descobri que também integrou a boysband Excesso II, há já alguns anos atrás. Mas foi a sua excelente versão da música Melancolic Ballad dos Fingertips, no Ídolos, que me fez realmente começar a apreciar a voz dele. Desde esse programa, o Ruben evoluiu de uma forma extraordinária e é hoje dotado de uma voz invejável e muito intensa. Ele também integrou o elenco do JCS no Porto e aí foi o apóstolo Simão. Tive muita pena de não o ter visto nesse maravilhoso musical, pois sei que como apóstolo ele deve ter sido uma personagem carregada de paixão. No Violino, não consegui ouvi-lo cantar em palco sem que me arrepiasse. Não só transmite uma grande segurança, como imenso sentimento, tal como a sua personagem o exige. 5 estrelas!!!!
Tenho imensa pena de não ter conseguido ver o seu gato, em Alice no País das Maravilhas (ou terei de dizer “Gato” no País das Maravilhas?!?!), mas terá de ficar para uma próxima.
Quero agradecer ao Ruben a sua simpatia e o bocadinho que me proporcionou, soube a pouco, mas foi um prazer enorme. Envio-lhe daqui um beijo enorme.
Continuando com a 3ª filha de Tevye e Golbe, temos Chava, cuja jovem actriz Mafalda Tavares tão bem empresta a sua pessoa. Ela é irmã da Cátia Tavares, a Maria do WSS em cena no Politeama, a qual eu ainda não vi nesse papel… A Cátia, antes de integrar o elenco de WSS, fazia em parceria com a irmã, o papel de Chava. Agora apenas a mana mais nova tem essa tarefa. A Mafalda, actualmente com 14 anos, em palco enquanto Chava, não aparenta a sua tenra idade, parece já uma jovem mulher que se apaixona por quem não deve, isto aos olhos do pai. Fyedka (Bruno Galvão) é um jovem russo, membro dos Cossacos, que desperta a paixão na jovem ao protegê-la de seus colegas, que a provocam.
O papel de Fyedka, esteve inicialmente entregue ao Rui Andrade, o Tony do WSS. Quanto ao Bruno, já como Pôncio Pilatos, em JCS, tinha-me cativado pela voz, pela postura, presença e representação, num papel tão marcante como esse. Aqui, apesar de ter um papel mais modesto, não deixou de me surpreender. Acho que ao entrar em palco, mesmo estando no meio dos colegas todos eles muito idênticos, em termos de vestes (eles formam um grupo de jovens russos destinados a “manter os judeus na ordem”), se consegue destacar pela presença, ou pelo menos assim me pareceu aos meus olhos. Até na dança ele parece já estar bem à vontade, porque no canto ele continua a ser um mestre. ;)
Ao Bruno, também, quero deixar um enorme agradecimento por tudo o que ele nos proporcionou, uma tarde muito bem passada, onde nos demonstrou a sua simpatia e a divertida e excelente pessoa que é. Um beijinho cheio de carinho para o Bruno. Espero despedir-me com um até breve!
Destaque ainda para o papel de Carlos Meireles, o chefe dos Cossacos, que em JCS foi o intimidante Anás, tem aqui mais um papel de “vilão”. As suas feições rígidas e autoritárias são uma peça fundamental nestas 2 personagens.
O papel do livreiro Avrahm, interpretado pelo Nuno Martins, irmão da Sissi, também é um papel que gostei de ver, ele é das poucas pessoas que sabe ler na aldeia e é ele que trás as notícias ao povo.
O Constantino Dias foi o violinista de serviço no Sábado em que fomos assistir ao musical. É magnífico vê-lo entrar em cena a pavonear-se palco fora e a “tocar” violino no cima da casa de Tevye.
Tenho de felicitar toda a orquestra que também ela faz parte da cena, com todos os adereços a condizer com o ambiente.
Mais uma vez a direcção vocal está a cargo de António Leal, o mesmo de JCS e que tem dado mais do que provas do excelente músico que é e que eu sempre admirei.
Aqui deixo os meus parabéns a todo o elenco, músicos, bailarinos e claro ao grande mestre Filipe La Féria. Será que este senhor consegue fazer algo que não me deslumbre?

O próximo musical já está a ser pensado… Acho que vem por aí algo de bem diferente. É esperar para ver… e ouvir.
Já tenho saudades de ir ver um musical la feriano!!!!!!!!!!!

Meninas, para quando a próxima invasão?!?!

4 notas celestiais

papiro disse...

Que bom é ler-te! Conseguiste transportar-me para uma noite de diversão no Rivoli. Recordei todos os bons momentos que este espectáculo e os seus fantásticos actores me proporcionaram! A tua descrição está fabulosa... ai que saudades que me deu (agora é continuar a torcer que haja reposição em Lisboa - sou mesmo CRENTE!)

Por acaso já tenho saudades de um espectáculo laFeriano... mas isso, é outra história!

The Star disse...

Puxa, se te fiz transportar para o Rivoli, quer dizer que as minhas palavras cumpriram o objectivo. É muito bom escrevê-las, pois também eu regresso a estes momentos tão extraordinários.
Quanto à reposição em Lisboa, também eu sou crente, muito crente mesmo. Um espectáculo assim, devia era fazer uma digressão pelo país. Se o JCS fez, porque não fazer o mesmo com o Violino ou o WSS?
Vamos colocar uma cunha junto do mestre? Domingo devo vê-lo, se lá for. Achas que é uma boa altura? :p
Delírio!!!!!!!!

Anónimo disse...

Eu já sou uma pró em Violino :P mas cada vez que vou vejo coisas diferentes, coisas que me escaparam na ultima ida, alteraçoes feitas por eles.. enfim... falta sempre alguma coisa. E depois o facto de as companhias terem sido quase sempre diferentes tambem faz com que os meus olhos vejam de maneira diferente.

É sempre emocionante ver o "Violino",´é incrivel como não houve uma unica vez que nao ficasse com pele de galinha ao ouvir o Ruben. Para mim das revelações da peça pq desconhecia a capacidade vocal dele.

Fantastico, o almoço... eu tava insuportavel eu sei loool

Adoro cada saida com voces, a animaçao é garantida.
Beijinhos

The Star disse...

Su, como poderei eu discordar de ti? O Ruben tem aquela voz que nos faz arrepiar, sempre. Já o tinha ouvido dúzia de vezes e não adianta, ele consegue sempre deixar-me de boca aberta...
Quanto ao almoço, tu não estavas insuportável, estiveste muito bem. ;)
E quanto a seres pro no Violino, não tem comparação com o teu nível de profissionalismo em relação ao JCS, eheheheh!!!
Domingo será a despedida. Vai deixar saudades, muitas.

4 notas celestiais